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Trápolas modernas

  • relyjae
  • 1 de nov.
  • 2 min de leitura

Regina Lydia

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Hoje, neste dia chuvoso, lembrei de algumas pérolas de sabedoria de minha saudosa mãe. E uma delas se ajusta a estes novos loucos tempos, quando ela dizia: “a gente não pode viver demais, caso contrário não nos adaptamos a tanta mudança que aparece nesta vida. Afinal, ninguém fica para semente”.



Vendo todas as polêmicas e divergências em que o mundo gira nos tempos atuais, chego à conclusão que ela tinha razão. Não se pode mais ser espontâneo, dar opinião, dizer uma preferência, contar uma piada, falar certas palavras que viraram injúrias. Temos que nos cuidar até para escolher uma cor. Está difícil, muito difícil mesmo viver neste tribunal a céu aberto, no qual existem juízes e acusadores onde e quando nem se imagina. Se bobear, vai preso - e nem precisa mais de provas. Basta uma opinião.


Será culpa das redes sociais? Das telas e informações em excesso, que trouxeram a falta do olho no olho, do toque e da proximidade entre as pessoas?


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Digo mais, não fazemos mais visitas aos vizinhos, aos amigos, às vezes nem aos parentes. As crianças não vão mais na casa do coleguinha depois da escola, na calçada brincar de esconde-esconde, andar de bicicleta e nem jogar bola. As meninas não brincam de bonecas e casinha, os meninos não brincam de carrinhos.


Quanta coisa se perdeu nas relações humanas pelo caminho e ainda vai se perder cada vez mais rápido. Tudo se tornou imediato. Basta um clique.


Ah, a gente pode até jogar o jogo do contente dizendo que se ganhou em tecnologia, em ciência, em anos de vida e outras coisitas mais. Porém, não podemos negar que estamos mais solitários, distantes e dispensáveis a cada dia que passa. E não sabemos como vai ficar. A razão de viver já é outra - nem se sabe qual.


Os jovens, muitas vezes, nem se dão conta disso tudo. Vão entrando neste frenesi, aceitam o que vem acontecendo, tornando-se presas fáceis. São abduzidos por ideias e pensamentos que se mimetizam de justos e corretos, que viram modismo e os levam na torrente. Tristeza. Muitos entram na esparrela e quando caem em si, já deixou sequelas.


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Precisamos encontrar um antídoto, como nos filmes de ficção, antes que a humanidade se esvaneça. Temos que pensar em formas de como furar e sair desta bolha que nos prendeu. E neste estouro, que os respingos caiam sobre as pessoas trazendo de volta a empatia, o bom senso, a vontade de estar juntos.


Uma mudança de comportamento e padrões que conciliem os bons avanços que tivemos, mas preservem a nossa humanidade, o nosso afeto e sensibilidade.


Vamos juntos desarmar as trápolas no vasto campo minado da vida moderna, destes nossos novos loucos tempos.

 
 
 

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