Saudade nossa de cada dia
- relyjae
- 2 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de abr. de 2022
Na solidão na penumbra do amanhecer / Via você na noite, nas estrelas, nos planetas, nos mares, no brilho do sol e no anoitecer / Via você no ontem, no hoje, no amanhã... / Mas não via você no momento / Que saudade...
Mario Quintana

Saudade – palavra simples e sonora – quando chega, invade corpo e alma por inteiro, golpeando o coração. Pra ela não existe vacina e ninguém está imune.
É um dos sentimentos mais enaltecidos por poetas e escritores, famosos ou não, só perdendo para o Amor. Coisas lindas foram ditas sobre ela em todos os cantos deste mundo. Como ouso então, escrever sobre saudade? Por que preciso, por que a sinto. O velho ditado diz: “quem canta, seus males espanta”. Quem os escreve também.

Os linguistas afirmam, que como palavra única, ela só existe no português – em outros idiomas ela é composta. Em espanhol se diz, Echar de menos; em inglês, I miss you. Mas a sonoridade da forma italiana, é a mais bela: Mi manca, Mi manchi così tanto, frase que por si só, vira poesia e descreve bem a incompletude que causa esse sentimento.

A saudade chega para todos os seres, humanos ou animais, em maior ou menor intensidade. E quais as suas causas? Ausência e distância. Na verdade, ela é a falta da presença, tornando-se mais aguda quando a tal falta é de alguém querido que está longe, viajando ou que já partiu para o outro plano.
Pode vir à tona em forma de reminiscências que nos fazem rir ou chorar de emoção. Quando estamos longe de nosso lar ou pátria ela também traz aquele aperto no peito. Apesar de ser um bom sentimento ela nos causa certa dor e sofrimento.

Por sorte pode haver remédio — o famoso “matar a saudade” — encontrar-se novamente e trocar um abraço apertado. Na impossibilidade desse, a tecnologia nos brindou com um paliativo em doses homeopáticas — vídeo chamadas e ligações. Quanto aos que já partiram, temos que nos consolar com as boas lembranças que nos deixaram para amenizar sua permanente ausência.
Mas cuidado, a saudade também pode ser prejudicial à saúde: quando em excesso pode se transformar em melancolia. Não se pode viver só do passado.
O mais importante é sabermos lidar com tudo isso e tirar o melhor da saudade nossa de cada dia, pois ela está no meio de nós. Afinal, estamos sempre sendo postos à prova nesta vida e aprendendo a conviver com nossos múltiplos sentimentos e afetos. É assim que mantemos a nossa integridade emocional. Somos como o equilibrista atento aos seus bastões, movendo-os ao mesmo tempo, sem deixar cair nenhum. E se cair? Recomeçamos. E quando a saudade apertar, não vacile, use o remédio ou o antídoto. Só não deixe de “matar a saudade”!
Comments