Haja paciência!

“Enquanto todo mundo espera a cura do mal / E a loucura finge que isso é normal / Eu finjo ter paciência / E o mundo vai girando cada vez mais veloz / A gente espera do mundo e o mundo espera de nós / Um pouco mais de paciência.” (Canção de Lenine)

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Inaugurei este blog com uma crônica sobre o coronavírus e tentei evitar a voltar ao tema preferindo falar de coisas mais prazerosas. Mas esta semana ouvindo a canção do Lenine sobre paciência fui levada a falar novamente...

Desde março de 2020 a pandemia nos deixou em ‘modo de espera’ e nossa paciência está ficando sem baterias. Uma das sete virtudes capitais, ela se tornou fundamental para aguentarmos essa pressão. Somos colocados a sua prova diariamente diante de expectativas criadas e logo tiradas. Tem sido assim com o “tal do pico” da doença, que há meses nos enganam adiado a cada 15 dias. E pior, sem nenhuma estimativa de término. Entramos no sexto mês de distanciamento social, mais três meses e vira uma gestação. Tomara que dela nasça nossa liberdade, pois estamos chegando ao limite. Queremos o nosso livre arbítrio de volta.

Com a privação do convívio social as pessoas estão à deriva na sua solidão. Este distanciamento, dito controlado, está descontrolado, transformando-se em caos emocional. Os idosos isolados e sem a convivência com seus entes queridos ficam cada vez mais fragilizados. A solidão agrava a saúde física, mental e emocional, prejudicando a imunidade. Doenças oportunistas acometem as pessoas que com medo do contágio não buscam os serviços de saúde. Alguns adoecem gravemente e quando ocorre um óbito acaba contabilizado como COVID. Está tudo confuso e nós cada vez mais descrentes.

Nas redes sociais o povo se divide entre os contra e a favor do isolamento social, dos remédios, da ciência, ou disto ou daquilo. Dicotomia que acaba em discussão política. Já vimos este filme. Porém o mais chocante foi ver surgir torcida organizada a favor do vírus, com hashtag e tudo. E não foi só por parte dos políticos não... Degradante!

Políticos desonestos usam a crise para se beneficiarem de alguma forma, seja botando uns contra os outros ou se locupletando desviando verbas. Isto infelizmente não é novidade para nós que fomos roubados por mais de uma década. Haja paciência!

O lockdown vem destruindo a economia com o fechamento do comércio e outros negócios levando o povo ao desespero pelo cerceamento do seu próprio sustento. E acaba destruindo vidas também, sacrificando justo os mais fracos e pobres. Danos irreparáveis são impostos por decisões aleatórias que podem nem ser eficazes. Estamos nas mãos de amadores que se acham os donos da verdade. Sem direito a escolhas, amordaçados por máscaras.

Ninguém aguenta mais. Chega de bandeiras coloridas de amarelo, laranja, vermelho e preto. Queremos a bandeira branca!