E por falar em amor... Onde andam os namorados?

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O Dia dos Namorados chegou e a pandemia continua firme. Mas, para os apaixonados, o isolamento social até que não é uma má ideia, curtir a dois é o que muitos desejam para esta noite. Para quem já tem seu par as coisas não mudam muito, apenas os passeios que pretendiam fazer terão de ser adiados.

Complica mesmo para aqueles que ainda procuram sua cara metade: festas proibidas, bares com aglomeração fechados, locais de encontro de pessoas limitados. Ano difícil para encontros ao acaso, bater aquele “olho no olho”, novos amores. Até o amor está em tempo de espera. Muitos dirão: “mas tem as redes sociais”. É verdade, hoje já existe o amor digital, se é que isso é possível. Conheço alguns casais que se conheceram pela Internet e acabou dando certo, até se casaram e tiveram filhos. Mas conheço outros que foi um desastre. Tem até caso que virou tragédia das brabas. Não é tão fácil como parece. Claro que todo mundo é livre para escolher a forma de se relacionar, ao vivo ou on-line, com quem e onde quiser. Como diz Milton Nascimento: “Qualquer maneira de amor vale a pena / Qualquer maneira de amor vale amar”.

O fato é que o isolamento social tem alterado o comportamento de muitas pessoas. Defeitos e qualidades competem entre si trazendo problemas na comunicação interpessoal. Aquela ansiedade que era discreta, agora se mostra as claras e muitos não sabem como administrá-la. E isto tem afetado os relacionamentos, unindo ou desunindo; alguns irão se fortalecer e outros irão desabar. O excesso de convivência está sendo um prova de fogo. Pesquisas na China mostraram um aumento nos pedidos de divórcio logo após a pandemia. É o vírus fazendo uma triagem nos relacionamentos e indo além da questão da saúde. Tem uma passagem muito interessante do livro “Amor em tempos de cólera” de Gabriel Garcia Marquez — podíamos até fazer uma paródia com “Amor em tempos de Covid”: “Ela lhe perguntou num daqueles dias se era verdade, como diziam as canções, que o amor tudo podia. – É verdade – respondeu ele – mas será melhor não acreditares”.

Então, aos casais sobreviventes, este Dia dos Namorados será uma vitória e deve ser bem comemorado. Não importa se não for naquele restaurante a luz de velas depois de uma sessão de cinema. O importante é que queiram estar juntos seja onde for. Aos solteiros, recomendamos calma nestes dias, que logo a temporada de caça estará aberta novamente. E aos pragmáticos, que acham uma bobagem esta data, lembramos o velho ditado: “Antes só do que mal acompanhado”.